CINCO ANOS SE PASSARAM AS FERIDAS CONTINUAM ABERTAS.



A maior tragédia natural completa hoje 5 anos, ainda está registrada em minha memória momentos que antecederam a tragédia. Estava assistindo DVD com minha filha que na época tinha 10 anos e meu sobrinho de idade próxima. O desenho bíblico falava a história de José. Meu sobrinho puxou o assunto sobre o livro de  apocalipse que ele havia ouvido falar, busquei em uma linguagem simplificada explicar o sentido do livro bíblico que fala de sobre o final dos tempos ou como muitos dizem o fim do mundo, buscando passar para ele de forma simples e tirar suas duvidas de acordo com meus conhecimentos.



                                                                                               
     


Minha filha caçula deitou com minha esposa em nossa cama e dormiu,  dormi no quarto das crianças como se estivesse pressentindo alguma coisa, confesso que até aquele momento as chuva era constante mais não forte. De madrugada muitos raios, trovões muita água caindo do céu, as crianças acordaram apavoradas, eu apenas disse calma estou aqui com vocês,dormimos de novo. 
Na manhã quando acordei vi que tinha um pouco de lama na varanda, imaginei ter vindo do próprio quintal, vou até o portão e ao abrir percebo uma grande movimentação na rodovia, curioso fui ver o que estava acontecendo, quando vi o mar de água que havia tomado conta da parte de baixo do bairro de pessegueiros justificando a lama da varanda à água havia retornado pela rede pluvial, meu sobrinho e filha vieram ao meu encontro até hoje tenho na memória as palavras do meu sobrinho." Tio o que é isto o apocalipse! "

                                                                                            


Naquele momento eu comecei a ter ciência do que estava acontecendo na cidade com informações chegando era assustador. Cada um chegava sempre com notícias de mortos, feridos desaparecidos bairros inteiros sobre destroços. Era tanta informação que de início eu não acreditava no tamanho e na proporção que falavam. Como acreditar que a Campo Grande bairro que vi nascer estava sobre escombros e o número de mortos e desaparecidos era praticamente total.

                                                                                                


Estrada BR 116 interditada, não havia energia, telefone fixo ou móvel o isolamento era total, a notícia que chegava era morte e destruição. Fui até a igreja católica no centro de Pessegueiros ali começava um movimento de solidariedade, uma base de apoio importante que precisava de mão de obra voluntaria, minha esposa em casa começou a separar roupas, cobertas etc para doar. minhas filhas Gabriela 15 anos, Sabrina 10, meus sobrinho André Miguel 14 foram comigo juntando-se aos demais voluntários ajudavam no que era possível na organização das doações.

                                                                                              

Quarta feira a BR116 foi liberada, aproveitei fui a cidade no caminho o celular não parava de chegar mensagem de parentes e amigos em busca de notícias, fui retornando na medida do possível. Fiz compras visitei uns parentes para dá notícias que estava tudo bem, me informei dos fatos pela televisão. Naquele momento pude perceber o livramento que Deus havia dado a minha família, estávamos no meio do olho do furacão e não fomos atingidos.
Fiz compras voltei para casa, fiz 4 cartazes uma para cada vidro lateral outros dois para dianteira e traseira de forma improvisada com a frase voluntario. Minha filha indagou:  "O que vai fazer? Respondi levar roupas, mantimentos e água para os sobreviventes! Imediatamente ela se colocou à disposição de ir, tentei fazer desistir da ideia que poderia ser desagradável já que poderíamos encontrar pessoas mortas, soterradas ou feridas. Mesmo assim ela insistiu disse que olharia para outro lado caso encontrasse com situações semelhantes, assim começamos a servir, fomos em Campo limpo, Andradas, cruzeiro, Providencia Fazenda Alpina, vários bairros percorridos ao longo de dois meses. Foi difícil a experiência mas pude sentir a dor com as pessoas e a felicidade quando entregava alimentos, roupas e água potável.





Fazem 5 longos anos que famílias ainda tem na alma as cicatrizes do descaso público, a maior tragédia natural encontrou com a tragédia política, nenhuma casa foi feita, pessoas ficaram sem suas identidades o descaso público de nossos governantes que aumenta ainda mais a dor dos que saíram da ruína natural para enfrentar o descaso  em busca de novos horizontes.





Reuniões, missas pelas vitimas, promessas e descaso dos gestores marcam os 5 anos da maior tragédia natural do Brasil.










Pessoas voluntárias alguma sobrevivente da tragédia se reúnem e criaram uma organização para lutar pelos direitos dos que perderam suas casas. Com um trabalho sério Joel Caldeiras é incansável na luta por dias melhores para as vitimas, dentro de suas limitações políticas mais com muita determinação e fé Joel leva a esperança de dias melhores na sede da AVIT.






TESTEMUNHAS DE JEOVÁ



Membros do salão das testemunhas de Jeová se reuniram adquiriram um terreno em Albuquerque fazem mutirão para construir casas para seus membros. Um exemplo que deveria ser sido seguido por outras religiões, sabemos que o poder público é omisso, seria mais que um ato de fé uma atitude de solidariedade. Se cada organização religiosa que normalmente são ricas, como a igreja universal, assembleia de Deus, batistas, metodistas, católica entre outras exercer o papel de servir ao semelhante, com certeza se construirá um mundo melhor.



VISITE O LAR FELIZ LEVE SUA SOLIDARIEDADE.
(Fotos rede social)







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